Durante seis dias, mais de 800 atletas de 13 a 20 anos de 19 países disputaram em São Paulo a maior e melhor edição dos Jogos Parapan-Americanos de Jovens. O evento terminou no sábado, 25 de março, com a Cerimônia de Encerramento e uma festa para os atletas no Anhembi. Foram 12 modalidades no programa (atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, judô, natação, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado). A maioria das disputas foram realizadas no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro – apenas o tênis teve a competição no Clube Espéria.
A competição tem o importante objetivo de desenvolver o esporte paralímpico nas Américas. E com essa ideia, a realização em um dos maiores legados dos Jogos Rio 2016, o CT Paralímpico, foi essencial e agradou dirigentes de comitê paralímpicos nacionais (NPC’s, em inglês) das Américas e do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), entidade máxima do esporte paralímpico.
“Tenho certeza que este palco magnífico, maior legado dos Jogos Paralímpicos, será uma grande inspiração para esses atletas, que darão o seu melhor para obter resultados”, disse José Luis Campo, presidente do Comitê Paralímpico das Américas (APC).
O desempenho dos atletas chamou a atenção do Comitê Organizador do Parapan de Jovens. Para Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e do Comitê Organizador, o crescimento de inscritos e a maior qualidade dos atletas presentes têm deixado a competição mais interessante a cada edição.
“O nível aumentou muito. Se compararmos essa edição com Buenos Aires 2013, Bogotá 2009 e Baquisímeto 2005 vamos notar a evolução dos atletas mais jovens. Aí vemos atletas aqui alcançando índices para campeonatos mundiais de adultos. Então isso mostra a qualidade dos atletas juvenis que temos aqui nas Américas”, afirmou Parsons.
A análise de Parsons salienta, na verdade, o papel de uma competição juvenil continental. Se olharmos para a última edição do Parapan de Jovens, veremos que alguns dos medalhistas daquela edição seguiram crescendo e alcançaram os Jogos Paralímpicos, caso do nadador argentino Facundo Arregui, ou as brasileiras Danielle Rauen (tênis de mesa) e Verônica Hipólito (atletismo), ambas com medalhas nos Jogos do Rio.
Para o diretor da competição, Edilson Rocha, não há dúvidas que muitos dos mais de 800 atletas que estiveram em São Paulo nos últimos dias aparecerão nos próximos anos nas principais competições paralímpicas do mundo. “Se olharmos nos Jogos de 2013, veremos atletas que em 2016 conquistaram medalhas nos Jogos do Rio. Então, alguns daqueles que ganharam medalha aqui em São Paulo certamente estarão em Lima 2019 [Jogos Parapan-Americanos] e também em Tóquio 2020 [Jogos Paralímpicos]”, afirmou.
Proximidade dos países e desenvolvimento mútuo
Outro ponto positivo do Parapan de Jovens São Paulo 2017 foi a aproximação – cada vez maior – entre os comitês paralímpicos nacionais. Este contato, segundo Andrew Parsons, fortalece toda a região por meio de trocas de experiências entre atletas, dirigentes, árbitros, técnicos e todos aqueles com alguma relação com o esporte.
“A gente aproveitou para estreitar laços com outros comitês paralímpicos nacionais. E fizemos com que outros países estreitem laços entre si também”, lembrou o presidente do CPB ao falar sobre a importância da troca de conhecimento entre as nações.
Esse “estreitamento de relações” pode ter os benefícios observados na Colômbia, por exemplo. O país alcançou apenas o sexto lugar no quadro de medalhas quatro anos atrás, em Buenos Aires. Firmou um acordo de cooperação com o Comitê Paralímpico Brasileiro e fez um trabalho de desenvolvimento do esporte paraolímpico. Em São Paulo, a delegação colombiana melhorou muito o desempenho e ficou na segunda colocação geral, atrás apenas dos anfitriões.
Os Jogos Parapan-Americanos de Jovens são disputados a cada quatro anos. Esta foi a quarta edição. A próxima será disputada em 2021. A sede ainda será anunciada.